sábado, 22 de novembro de 2008

Chama-me saudade




Cinge-me o corpo
Lavra-lhe os vãos
E os ensejos

E só assim
fazes de mim o teu pretexto
E o teu fim.

Toca-me de mansinho
Desperta-me
como se eu fosse retomar a tua estada
e fosse eu o ser mais frágil do teu reino.

Cataloga-me
no teu álbum mais secreto:
espécie rara em extinção.

Beija-me os lábios
como se fosse hoje
o último adeus
E para que não me esqueças mais
assenta-me junto ao teu peito
E chama-me saudade...

Um comentário:

Unknown disse...

Tuas lembranças sempre evoca, sempre desperta outras lembranças contidas,guardadas,trancafiadas e que um dia ,de repente,despertam ,nem que seja por breves momentos ,e desfilam diante de nós.
Vi e vivi parte dessa época e dessas lembranças... talvez por isso elas me tocam,pois não sou unicamente um mero leitor,do outro lado da tela ou do livro que lê tal relato impassivelmente.
Poderias continuar a tua jornada rua abaixo até a Praça da Sé ou da Siqueira Campos com as moças a dar voltas,voltas e mais voltas...Não ficavam tontas???
Poderia ficar horas, dias lendo tuas narrativas.

JTeixeira