...... Gosto dessa eterna alternância entre a noite e o dia, entre a claridade e a escuridão. Gosto desse balanço, por entre pêndulos, desses pequenos rasgos de luz que cortam os céus à noite, gosto dessas poções de luz que (i)lustram meu ser durante o dia. E nesta guerra permanente, entre a luz e a sua ausência, deixo-me ficar inerte, nessa hora, no instante exato em que os nossos mundos se roçam pelo espaço. Mesmo que depois, partamos em direções opostas, rumo à claridade, fechados na saudade.
...... Gosto do eco da noite e da voz do dia. Gosto do silêncio que tocou a minha alma, para sempre.
...... Gosto de pensar e escrever à noite Alimento-me da quietude, me apraz!
...... Gosto da noite que explode como catarse, liberadora de todas as paixões, de todos os excessos reprimidos durante o dia. Gosto de ouvir meus próprios passos durante a madrugada, quando, em silêncio, pareço apenas querer testemunhar a solidão das esquinas e das calçadas.
...... Gosto de viver a força das marés noturnas e de banhar-me nessas ondas. Gosto da noite quando irrompem as primeiras claridades do dia.
...... E é assim que chega o dia e me povoa a casa e me invade o quarto, dividindo espaço no mundo da vigília.
Por: Claude Bloc
Um comentário:
Olá Claude... Um xêro... Que lindo texto...? Posso me encantar. abra seu e-mail.
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