sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Um sinal - Por Claude Bloc
Quando fores à minha terra
Deixa-me um sinal
quando quiseres.
Uma pedra, uma estrela uma palavra
um cheiro de jasmim , a primavera
Quando voltares
Conta-me rápido tua história
Fala-me sempre a conta exata
Conta-me tudo, num momento,
Cala teu sentimento...
Sei que retornas, conheço o tempo
Mas não me escondas teu destino
Que o caminho acharei a qualquer custo
Enxovalhado de saudade
E do meu pranto.
Será um tempo pressentido
entre o vácuo e o contorno dessa serra
Varrendo o mar, molhando o vento
abrindo velas do meu barco
em silêncio
no inevitável
porto da espera.
Texto e imagem por Claude Bloc
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Flores & Sementes
Durante a vida
fui colhendo flores
fui colhendo flores
e sementes
Guardei as pétalas
para outros verões.
Guardei as pétalas
para outros verões.
.
As sementes
foram meu equilíbrio
para a amizade
o amor
a felicidade
.
.
joguei-as aos punhados
Até que encontrassem
a terra arada
para germinar.
.
.
Como se fossem flores.
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Texto e fotos por Claude Bloc
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domingo, 11 de outubro de 2009
O Sono
Não sei se eu disfarço
o meu passo
ou se o desfaço
e pronto.
Nada sei desse abraço,
dessa noite,
desse encanto.
Tudo mais é suave,
o sono é manso
e do passo ao traço
eu descanso.
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Texto por Claude Bloc
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Isso & Aquilo
De José e de Maria
Feito as águas de um rio
.
Breve histórico:
Entre o sono e a vigília
Mora o sonho, a alegria
A vida tece seu fio
E entre isso ou aquilo
Vai rolando o desafioMora o sonho, a alegria
A vida tece seu fio
E entre isso ou aquilo
Feito as águas de um rio
.
Vou vivendo, vou vivendo
Sem mais isso ou aquilo.
Sem mais isso ou aquilo.
Breve histórico:
Fui à cozinha ao chegar do trabalho, noite passada. Estava só em casa. Alguns objetos de repente me chamaram a atenção. Me instigaram. Peguei a câmera. Fiz fotografias. Não usei flash. A qualidade fica comprometida, claro. Mas, consegui fazer umas "telas" com o famigerado PhotoShop. Carreguei nos efeitos, mas o que é que tem? Gostei da brincadeira. Partilho com vocês.
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Texto e imagens por Claude Bloc
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Engrenagens
A cortina se fecha em outra história.
Tudo o que resta sou eu
e minhas memórias.
Caminho entre engrenagens
tempo dividido
quando tudo parece unificado novamente
e minhas memórias.
Caminho entre engrenagens
tempo dividido
quando tudo parece unificado novamente
e o mundo não é mais o mesmo...
Ainda assim, continuarei procurando,
Ainda assim, continuarei procurando,
pelo sonho que ainda não tive
pelo sol que nunca houve
Ainda que não haja mais tempo
pelo sol que nunca houve
Ainda que não haja mais tempo
nem espaço.
Texto por Claude Bloc
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Águas Nascentes
O que há por trás dessas águas? Perguntava-se o menino olhando com curiosidade para a nascente. Olhava para aquelas águas desconfiado com os olhos mais abertos e menos cotidianos. Olhos açucarados tentando enxergar as nervuras do chão através da lenta e silenciosa correnteza. Observava aquela água minando das pedras, pelas brechas, pelos vãos. Eram as nascentes da Serra que brotavam do chão como numa mágica...
Sempre tivera a curiosidade de ver o que havia lá dentro daquele mundo transparente das águas. Mas sonhava além. Peixes, areias claras arrastadas pelo aluvião. Enxurradas no tempo das chuvas. Tudo num ciclo sem fim de finais e recomeços.
Morava pelas redondezas, em outras encostas, perto das águas. Da janela via as subidas e descidas da serra e o infinito azul do céu... E a água ia jorrando espumas, cuspindo peixinhos. Vez por outra o menino punha seus pés nas águas para sentir-lhe a frescura enquanto o sol seguia pelo arco celeste curtindo-lhe a pele.
Por um longo tempo ficava absorto. Ouvia o canto sutil das águas. A música que viajava em seus ouvidos. Queria apenas continuar molhando seus pés na nascente, sentindo seu cheiro molhando a terra, o mormaço ardendo em suas narinas. Queria só ficar olhando os minutos passarem além da nascente, do sol, da coreografia das águas.
Sabia que não podia viver longe da serra, nem daquelas águas cristalinas. As águas eram seu destino. Olhava para a serra ofegante e para as águas frescas e queria dar-lhes vida em seus sonhos.
E dentro de si, no encalço da atitude mais silenciosa queria ouvir a voz do universo naquelas águas benditas. Águas da nascente.
Texto e formatação da imagem por Claude Bloc
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