Casa da Serra Verde - Pintura a óleo de Claude Bloc
...... Eis-me em silêncio, numa dessas fraturas de um tempo de aceitação. Aceito essa saudade que me chega em meio aos sargaços da idade...Essa saudade que é fruto da minha lembrança, e que vai aos poucos embaraçando-se em tantas e tantas fugas, cicatrizes, contrapontos... Saudade que me enlaça nesse imenso azul me abordando sutilmente, abrindo as comportas dos sentimentos e o tropel silencioso das horas insólitas...
...... A saudade não me causa fadiga: ela me acerta e me completa. Com o refluir do tempo, ela acaba sendo para mim a súmula de tudo para se tornar a essência do meu canto.
...... A saudade não subjaz ao simples acaso de um verso. Ela faz pulsar a arte nos desconcertos da poesia...
...... A saudade, a minha saudade, inscreve-se no silêncio, como uma órbita revelada em metáforas. Rompe a crosta que a separa do encantamento e vai concentrar-se nos vazios da alma...
Por Claude Bloc
3 comentários:
Eis aqui, junto, nessa fenda de tempo aberta pelo contato, procurando separar as tristezas, sequelas das lembranças más, adormecidas e até esquecidas nos meus guardados;
acalantando e dando fulgor as alegrias que restaram e que despertam redivivas, de vez em quando, numa euforia adolescente.
Continua em:
http://www.tracedonia.splinder.com/
Se eu soubesse pintar, eu pintaria o ipê que colore de amarelo a porteira de uma casa antiga, num chão tão meu...os meus pés sentem falta. Os meus olhos também e os meus dedos...ah, estes estão agora mesmo tentando desenhar algo que mostre o que sinto.
Saudade é uma ponte, Claude, entre nós e o nosso coração, não o que bate no peito, não, mas aquele que esquecemos guardado numa gaveta do tempo ou de algum lugar só nosso.
Foi um prazer imenso passar aqui.
Abraço.
Magna
Magna,
Obrigada pela visita e pelas palavras...
Estou em Recife hoje. Depois visito seus textos e os comento.
Abraço.
Claude
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