sábado, 25 de abril de 2009

Brilho...

Todo os meus poemas começam de manhã, com o sol.
Mesmo que as palavras não estejam à vista,
O poema será, então, meu céu de chuva
explicando a luz.
Durante o dia, morará inteiro
num espaço mais aberto
de ar claro e luminoso,
nas tardes lisas e eternas...
Então, emergirá, mais uma vez,
Da noite, do silêncio,
como um cais seguro.

Pela rua
sua passagem se confundirá
Com os assovios do vento
Com o rumor dos mares
E o encontrarei em areias claras
onde possa se estender ao sol,
no relicário dos meu sonhos.

Meu poema será
uma mão aberta e,
na sua palma, estará minha esperança.
...e se arrastará com o dia
e se meterá pelas copas das árvores,
cantará com os pássaros e correrá com os riachos...

Meu poema contará como tudo é feito
menos ele próprio...
começará por um acaso cinzento,
como esta manhã de abril
e acabará, também por acaso,
quando o sol (em meus olhos) brilhar...
Meu poema me levará no tempo
E não passarei sozinha...

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